terça-feira, 24 de abril de 2012


NA PRÓXIMA QUINTA-FEIRA - DIA 26 DE ABRIL - VOU ESTAR NA ESCOLA B1-JI DA BOBADELA PELAS 11.00 PARA UMA SESSÃO DO MEU LIVRO INFANTIL "NA QUINTA DO TIO TOMÁSIO & OUTRAS HISTÓRIAS.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Apresentação do meu livro infantil "NA QUINTA DO TIO TOMÁSIO E OUTRAS HISTÓRIAS "







Amiguinhos, espero por vocês amanhã no Auditório do Campo Grande, 56 - Lisboa, pelas 17.30 para a apresentação do meu livro infantil dirigido a pequenitos e crescidos, com animação e outras surpresas. "Na Quinta do tio Tomásio e outras histórias" sob a chancela da Lua De Marfim Editora. Não percam, venham passar uma tarde diferente.

Beijinhos e abracinhos para todos.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

PÁSCOA FELIZ!


UMA PÁSCOA MUITO FELIZ PARA TODOS OS MEUS AMIGUINHOS. BEIJINHOS DE CHOCOLATE E MUITO AMOR DESENHADO COM LÁPIS DE CARINHO.

Maria Manuela Amaral

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O BANQUINHO VELHO


Um dia, a mãe Helena decidiu fazer uma arrumação no quarto do seu filho Nuno. Alguns brinquedos já estavam tão velhos que ela não hesitou em levá-los para o sótão. Entre eles estava um velho banquinho de madeira que tinha uma perna partida e a mãe do Nuno substitui-o por uma cadeirinha nova, pintada de branco. Mas o Nuno sentia tantas saudades do seu velho banquinho! E este, também sentia muitas saudades do menino.
Fechado no sótão da casa, que era escuro e muito frio, o banquinho sentiu-se abandonado para sempre, entre aqueles grandes baús e teias de aranha. Triste com o destino que a mãe Helena lhe dera, pensou em fugir dali. Mas teria que esperar por um dia em que não estivesse ninguém em casa.
E num domingo de manhã a família saiu para um passeio, iam fazer uma caminhada pela serra de Sintra. Então, o banquinho velho abriu a porta do sótão, desceu as escadas coxeando e dirigiu-se para a sala de jantar. Lá estava a lareira no mesmo sítio. Ao lado, onde ele começara por ficar, no tempo do pai João, estava agora uma cadeira de baloiço. Mais tarde, o Nuno nasceu e o seu lugar passou a ser ao lado da caminha dele. A coxear, foi ao quarto do menino, viu a cadeirinha branca e pensou tristemente:
- Aqui já não há lugar para mim…
Foi ao jardim, olhando em redor tentando descobrir um sítio onde pudesse ficar sem que ninguém o visse.
- Já sei, ali atrás dos malmequeres é um bom esconderijo!
Todos os dias à tarde durante a sesta da mãe Helena, o banquinho saía do seu refúgio e brincava na relva muito contente. Rebolava, dava cambalhotas…
Um dia, porém, a mãe do Nuno foi regar os malmequeres com uma mangueira muito comprida que havia no jardim e imaginem qual não foi o seu espanto ao ver o banquinho velho no meio das flores!
- Que estranho! – exclamou baixinho – quem o terá trazido para aqui? Devem ser coisas do Nuno…
E voltou a guardá-lo no sótão.
- Que má sorte a minha! – queixou-se o banquinho quase a chorar.
Quando a família se reuniu ao jantar, a mãe perguntou ao Nuno:
- Foste tu que trouxeste o teu banco velho para o jardim, filho?
- Eu não, mãe! Mas porque me fazes essa pergunta?
- Porque eu encontrei-o lá quando fui regar os malmequeres, esta manhã. – respondeu a mãe.
- Que estranho… - disse o pai João, pensativo.
- Foi o que eu pensei – respondeu a mãe Helena, piscando um olho ao marido.
Entretanto, o velho banquinho passou a noite toda a lamentar-se.
- Nunca mais poderei sair daqui. O sótão é tão frio e cheira tanto a bafio…
O tempo foi passando. Um dia, a família voltou a sair para fazer um piquenique no campo, num domingo de calor. E o banquinho aproveitou a ocasião para voltar a fugir do sótão. Procurou por toda a casa um sítio seguro para se esconder e decidiu ficar atrás do sofá grande, na sala da lareira.
- Aqui, a mãe Helena não me vê!
Todas as noites, ele espreitava a sala e via o pai João sentado na sua cadeira de baloiço a ler o jornal, a mãe Teresa a fazer a fazer tricô e o Nuno a jogar Playstation ou a ver televisão. Sentia-se tão feliz! Fazia, novamente, parte da família. Há mais de um mês que estava ali escondido e ninguém o tinha descoberto!
Porém, na semana seguinte, a mãe Helena resolveu mudar os móveis da sala.
- Ai que lá vou eu para o sótão, outra vez! – pensou o banquinho angustiado.
A mãe do menino mudou a mesa para ali, a televisão para acolá, o móvel mais para trás e quando afastou o sofá grande para a frente lá estava o banquinho velho encostado à parede.
- Ora esta! Novamente fora do sótão?
Cruzou os braços sorrindo e pensou alto:
- Isto só pode ser coisa do Nuno, de certeza absoluta! Ele gosta tanto deste banco…
Olhou para o banquinho, mirou-o muito bem, pegou nele dando-lhe muitas voltas até o deixar tonto e, por fim, disse:
- Já sei! Vou fazer uma surpresa ao Nuno.
Foi ao sótão e trouxe cola, um martelo, alguns pregos, um pincel e umas latinhas de tinta. Levou o banquinho para o jardim e colou-lhe a perna partida. Com o martelo pregou-lhe dois pregos para ficar bem segura.
- Ui…ai…isto dói…ui – queixava-se o banquinho, contudo, muito feliz por estar a ser arranjado.
No fim, a mãe do menino pintou-o todo de azulinho e pô-lo a secar ao sol. Algumas horas mais tarde, levou-o para o quarto do filho e colocou-o ao lado da cadeirinha branca.
- Hoje, quando o Nuno chegar da escola terá uma agradável surpresa! – exclamou satisfeita com o seu trabalho.
E o banquinho velho deixou de ser velho e coxo para se transformar num novo e bonito banquinho. Estava tão contente!
- Ufa, já era tempo da mãe Helena reparar em mim!

Maria Manuela Amaral

O GALO QUE PERDEU A VOZ


A avó Lurdes tinha um grande quintal com vastos canteiros de rosas, algumas árvores de fruta, uma capoeira com cinco galinhas e um galo. Três galinhas eram castanhas e duas eram branquinhas. Mas o galo, não. Tinha belas penas castanhas avermelhadas e uma soberba crista vermelha, que faria inveja a qualquer outro galo.
Todos os dias, ao nascer do sol, orgulhoso da sua voz, o galo cantava assim:
- Có-có-ró-có-cóóóó!
As galinhas costumavam discutir, entre si, para ver qual delas lhe agradava mais. Mas ele, arrogante e presunçoso, não mostrava preferência por nenhuma e passeava-se na capoeira com ares de grande senhor Galo.
Porém, um dia, toda aquela vaidade terminou. E porquê? Porque o senhor Galo perdera o seu cacarejar. Pois foi… Assim, de um dia para o outro. Coitado, já nem parecia o mesmo. Sempre cabisbaixo e de mau - humor. As pobres galinhas passavam o dia inteiro encolhidas a um canto da capoeira, pois ele implicava com elas por tudo e por nada! Bonito serviço!
A avó Lurdes não sabia o que fazer.
- Isto assim não pode continuar! – queixava-se ela – O galo não canta e, ainda por cima, passa o dia a picar as galinhas! Que hei-de eu fazer?
Depois de muito pensar, tomou uma decisão. Foi à capoeira e trouxe o galo preso pelas asas, cá para fora.
- Tenho muita pena, mas já não me serves para nada. – Disse, pegando numa faca.
O galo olhou, assustado, para a avó Lurdes.
- “ Para que quer ela esta faca? “ – pensou, aterrorizado.

Vocês calculam o que a avó Lurdes ia fazer? Ora pensem lá… Isso mesmo! Decidiu transformar o galo numa apetitosa canja. Vocês gostam de canja, não gostam?

Pois é, mas quando a avó Lurdes se preparava para lhe cortar o pescoço, ele apavorado, esperneou tanto e com tanta força que, por fim, conseguiu soltar-se das mãos da dona. Pulou o muro do quintal e fugiu espavorido, até ter certeza de estar a salvo!
E há males que vêem por bem, senão vejam…
A aflição fora tamanha que, após algumas horas, o seu belo cantar voltara ao normal. Então, muito feliz, o galo tornou a cantar:
- Có-có-ró-có-cóóóó!
A avó Lurdes até bateu as palmas de contente!
E, no dia seguinte, ao nascer do sol, lá estava o Galo empoleirado no muro, orgulhoso, como nunca estivera, a acordar toda a vizinhança.
- Có-có-ró-có-cóóóó! Có-có-ró-có-cóóóó!
Foi uma manhã de festa no quintal da avó Lurdes!
E o senhor Galo, passou a ser muito amigo das cinco senhoras galinhas!

Maria Manuela Amaral

sábado, 2 de abril de 2011

“O FOGÃO VAIDOSO”


Era uma vez um fogão grande, bonito e muito vaidoso. Estava exposto numa loja de electrodomésticos entre outros fogões, frigoríficos, esquentadores e outros artigos para a cozinha. Um dia, entrou na loja um cliente que se interessou pelo fogão vaidoso. Mexeu-lhe nos botões, levantou a tampa, abriu a porta do forno para ver se estava tudo bem. Porém, o fogão não gostou nada que lhe fizessem aquilo.
- “Esteja quieto! Não vê que me está a incomodar?” – refilou.
O cliente aproximou-se do dono da loja e disse estar interessado em comprar aquele fogão. O Sr. Júlio ficou muito contente e até fez um desconto no preço e transportou o fogão para dentro do carro.
- “Adeus colegas, vou-me embora! Já estava cansado de estar sempre no mesmo sítio.”
Em casa do novo dono instalaram-no na cozinha que era muito bonita, cheia de sol! O Sr. José foi buscar um tubo de borracha e ligou-lho na parte de trás, apertando-o com uma anilha.
- “Ai, isto dói! Para que será este tubo?”
- Já está, podes começar a cozinhar no teu novo fogão – disse o Sr. José sorridente, para a esposa.
- “Cozinhar? Em mim? Nem pensem, não vou deixar.”
A Dona Matilde ligou o botão, acendeu um fósforo mas o bico não acendeu. Experimentou os quatro bicos e nenhum deles dava lume.
- Como vou eu cozinhar se os bicos não acendem? – queixou-se ela.
O Sr. José foi verificar se estava tudo bem instalado.
- Não percebo o que se está a passar. A instalação está bem-feita, a bilha do gás está aberta, não compreendo porque é que ele não trabalha.
- “Nem pensem cozinhar nos meus bicos novos! Para eu ficar todo cheio de gordura e a cheirar a fritos? Nem pensar…”
O marido da Dona Matilde telefonou para o dono da loja e pediu-lhe que fosse lá a casa ver o que se passava.
- Realmente é muito estranho, não entendo porque é que ele não funciona. – exclamou o Sr. Júlio, admirado.
- Para que quero eu um fogão se não posso cozinhar nele?
- Tens razão Matilde. Olha, vamos vendê-lo ao ferro velho e comprar outro.
- “Ferro velho, eu? Deixam-me ao sol e à chuva, vou ficar todo enferrujado! Não, não me levem para lá, por favor!”
O Sr. Júlio abriu o forno e espreitou lá para dentro. Depois, voltou a verificar o tubo e se a anilha estava bem apertada.
- “ Acendam-me, vá lá. Prometo que deixarei passar o gás!
- Esperem, vou experimentar outra vez – disse o dono da loja acendendo um fósforo.
E ao ligar um botão eis que surge uma chama azul num dos bicos do fogão vaidoso.
Todos sorriram aliviados.
A Dona Matilde, quando terminava de cozinhar limpava-o muito bem, não lhe deixando um bocadinho de gordura e ficava com um cheirinho a alfazema.
-“Sou muito feliz nesta nova casa e a minha dona deixa-me sempre limpo e muito brilhante!”

Maria Manuela Amaral